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Resenha: Para Entender a Inquisição

Para_Entender_a__4ba7b055c72cdA Inquisição da Igreja Católica matou milhões, certo? Era um tribunal que julgava as pessoas pelo simples fato de não irem a missa aos domingos, não era? Homossexuais, mulheres-bruxas e negros eram queimados vivos pelo simples fato de serem o que eram, não foi isso que nos ensinaram? É verdade, mas tudo não passou de engodo, mentira, manipulação e encaixe da história a uma ideologia socialista.

O professor, Felipe Aquino da Comunidade Católica Canção Nova, escreveu há tempos Para Entender a Inquisição. Um livro fenomenal sobre o ponto de vista de nos livrar das amarras das enganações que nos ensinaram. É certamente um livro que causa muita resistência a princípio por dois motivos: primeiro porque é escrito por um católico convicto da própria fé e segundo porque, depois de tanto tempo sendo enganados, é perfeitamente natural não contestar dentro de nós mesmos aquilo que tomamos como verdade insofismável.

Para entender a Inquisição é preciso entender a realidade da época, e Felipe Aquino ensina uma premissa indispensável para se fazer isso: não se pode olhar o passado com os olhos de hoje. Explicado isso nas primeiras páginas, a leitura fica mais fácil de ser entendida, pois a tendência é que julguemos uma época pelas convicções que temos no hoje, com base na nossa formação individual que em parte é construída pela cultura atual. Também não podemos cair no vício de olhar para o passado com o visor da “luta de classes” dualista típica de países socialistas como o nosso.

Muito diferente do que foi, e ainda é, repetido pelo sistema educacional e midiático, a Inquisição não matou milhões. Pois se assim o tivesse sido, hoje não haveria história ocidental. Já ouvi absurdos nos quais foi dito que a Inquisição matou mais de 50 milhões de pessoas. A primeira pergunta a ser feita diante de tamanha asneira é como a Igreja Católica estruturou tal logística para tal genocídio. Os números totais de mortes do tribunal santo (sem aspas mesmo) não chegam a 20 mil, em números inflados, em quatro séculos. Só para efeito de comparação, a Revolução Francesa, idolatrada como a mãe da liberdade, igualdade e fraternidade, matou no primeiro ano entre 100 mil e 150 mil pessoas.

Já para aqueles que pensam que a Igreja era onipresente em cada vilarejo, eis aí uma outra mentira que é alimentada por quem olha para aquela época com os olhos de hoje. Não havia telegrafo, carta, sedex, internet, nada disso. Uma mensagem transmitida de uma região a outra levava em torno de três meses, isso na primeira ou no verão. O poder soberano que muitos acham que a Igreja Católica teve no passado sobre a vida das pessoas não passa de um mito. A relação entre o cristianismo e a cultura bárbara foi sendo moldada desde a queda de Roma, até que os dois se tornaram um só, construindo a história do ocidente.

Fala-se muito também que a Igreja matou muito na Inquisição, mas não se fala quem ela condenou à morte. Eram ladrões, prostitutas, mulheres feias, crianças monstruosas? Não. Quem era morto, principalmente, eram aqueles que ameaçavam a ordem (civil e religiosa) da época. Essas ordens, civil e religiosa, eram inseparáveis naquele tempo por aceitação do povo e não por imposição dos papas. Quem ameaçava o poder civil, igualmente ameaçava a religiosa e vice-versa. Seitas agnósticas e maniqueístas foram as principais vítimas porque elas misturavam o cristianismo com cultos diversos. Achavam-se tão perto de Deus que não precisavam prestar contas de seus atos, então poderiam pecar em toda sorte. A Igreja Católica só tinha poder para puni-las porque o povo concedia a ela essa autoridade. Os povos europeus são oriundos de povos bárbaros, não romanos, e eram duros e severos com aqueles que ameaçavam a ordem civil ou religiosa. Penas capitais já faziam parte da cultura antes da implantação da Santa Inquisição. O que a Igreja Católica fez foi instituir um tribunal oficial, com base legal, para as punições.

Portanto, é ilógico pensar que a Igreja, face à moral cristã, queimava as pessoas conforme a discricionariedade dela. Pelo contrário, na cultura bárbara e romana, o condenado, genericamente falando, não tinha direito à assistência de qualquer tipo. Era morto e fim de conversa. Se hoje existe o conceito de “direitos humanos”, demos graças à Inquisição que não permitia que um acusado fosse linchado, dando a ele uma cela com alimentação e, quem diria, um defensor durante o julgamento. A tortura era aplicada raramente e, quando realizada, apenas uma única vez. Depois de tudo isso, se o acusado insistisse na fé agnóstica, ele era entregue ao braço secular e condenado à pena capital.

O livro é um recorte de vários estudos feitos por vários historiadores que reescreveram a Idade Média, tais como Daniel Rops e Régine Pernoud , com base em documentos oficiais da época e no L´Inquisizione, documento feito por outros tantos profissionais, religiosos ou não, encomendado pelo então João Paulo II em 1998 no Simpósio Internacional sobre a Inquisição.

Resenha: Introdução (à) Nova Ordem Mundial

nova-ordem-mundial-capaSempre quando se ouve dizer em “nova ordem mundial”, é visível nos olhos de quem ouviu tal expressão o desinteresse ou o desdém preconceituoso. Nada mais natural para alguém que desconhece o assunto. Muitos tem por inexistente aquilo que não conhecem. Mas o fato de uma coisa não ser sabida não quer dizer que ela seja necessariamente inexistente. Pois é nesse caminho que Introdução (à) Nova Ordem Mundial de Alexandre Costa trilha. O autor revela logo no início que o livro é para aqueles que possuem desejo de conhecimento, mas não só isso, mas o conhecimento sem preconceitos: entregando-se àquilo que não se conhece, seja com provas concretas ou (ainda) superficiais.

O assunto é abordado de maneira leve e sem ritos acadêmicos. É uma verdadeiro manual introdutório sobre a nova ordem mundial para leigos ou “analfabetos” no assunto. Muito longe o assunto fica do misticismo, do achismo, da pseudo-intelectualidade ou coisa parecida. Alexandre pede que o leitor não se limite às palavras dele e que vá em busca por contra própria de afirmações ou contestações. Quem está familiarizado com o jornalista do Youtube, Irmão Rubens, pode incrementar a gama de conhecimento fazendo uma relação entre os illuminatis e o plano mundial de dominação pelo comunismo. Na verdade, quem despreza conhecimentos históricos, políticos e filosóficos, sempre terá um conhecimento incompleto da nova ordem mundial. O comunismo é a nova ordem mundial. A nova ordem mundial é o comunismo. Mas o comunismo não acabou com a queda do muro de Berlim? Não! Como? Procure e saberá.

O livro é de fato uma introdução, nada é muito aprofundado, exceto algumas coisas, como por exemplo a revolução cultural apregoada pelo comunista Antonio Gramsci  e aperfeiçoada pela Escola de Frankfurt. Esses dois exemplos não são explorados pelo Irmão Rubens. Os illuminatis não são apenas o único grupo que se pode denominar como “a elite mundial”. Esses, na linguagem política atual, são a “elite globalista”, ou bloco “anglo-saxônico” que não é o único a querer dominar o mundo: está do lado do bloco “russo-chinês” e do “islâmico”. Os três possuem desejos semelhantes, mas correm em pistas diferentes. Se em um futuro eles irão se unir ou colidir, ninguém sabe nada.

No final, o autor recomenda uma série de livros (em inglês e português) de ficção e não ficção, além de documentários e filmes. Não é um livro fruto do acaso, levou dez anos para que Alexandre adquirisse o conhecimento suficiente para transpô-lo para o papel. É vendido no http://www.rarosdaweb.org de forma segura e com entrega rápida.

Aos preconceituosos, a burrice; aos burros, a ignorância.

Aos curiosos, a verdade; a verdade, aos sábios.

A propaganda paranóica da Homeland Security

Meses antes do atentado à maratona de Boston, vi uma chamada da Homeland Secutiry no Youtube. Achei estranha, esquisita, no mínimo curiosa, mas não sei lá porquê, não salvei. Lembrei dela há algum tempo e foi um sacrifício para achá-la, pois eu não sabia sob que título estava. Achei nos confins do Youtube. Assistam. Percebam que é uma verdadeira propaganda ao terrorismo interno. Percebam também a aflição dos personagens e as características deles: nenhum ostenta o visual árabe, inimigo declarado nos tempos da era Bush. Não. Agora o inimigo é interno: branco, europeu ou americano. O governo Obama vem criando um clima de paranóia entre os cidadãos de lá. Todos são potenciais suspeitos de algo, de terrorismo contra os EUA. No final da inserção, a voz macabra anuncia: “Se você ver alguma coisa, denuncie. Avise as autoridades locais sobre atividades suspeitas”. See something, say something é algo tão genérico quanto absurdo. O que é uma atividade suspeita? Qualquer pessoa pode ter em qualquer lugar uma aparência nervosa ou até mesmo estranha, não sendo um terrorista ameaçando a soberania americana. Um filho gripado ou uma cafeteira ligada podem fazer a testa de qualquer um franzir.

O governo Obama está preparando o país para algo terrível e parte da estratégia é jogar os cidadãos contra si, enfraquecendo as relações sociais e familiares, desfazendo a coesão entre as pessoas, deixando o caminho mais fácil para um governo totalitário.  É praxe dos governos socialistas, comunistas e totalitários fazerem isso. Hitler o fez. Dessa forma fica mais fácil implantar a Nova Ordem Mundial.

Reinaldo Azevedo fala das “jornadas de junho” no Café Filosófico

Em 25/10/2013 o jornalista e colunista da revista Veja e do jornal Folha de São Paulo, Reinaldo Azevedo, esteve presente no Café Filosófico e expôs diversos opiniões sobre temas recorrentes no Brasil, tendo como principal assunto na ocasião aquilo que se chamou de Jornadas de Junho. Reinaldo é do contra, direitista, reacionário, liberal e conservador. Chame-o do que quiser, mas um fato deve ser constatado: ele é a favor da liberdade de expressão, doa em quem doer, coisa que está em franca ameaça em nosso país. Melhor do que isso: simplesmente tem uma voz que destoa do politicamente correto.

Na palestra de duas horas, ele explica o que foram as manifestações, como se iniciaram, quem estava agitando por trás (ou pela frente) das massas desorientadas, faz duras críticas aos Black Blocks e defende o estado democrático de direito que é pautado pela ordem, não pelo caos.

Vale a pena assistir.

O lado oculto de Nelson Mandela

 mandela_davidMorre Nelson Mandela. Após meses de saúde debilitada, o líder sul-africano padeceu na casa dele rodeado por amigos e parentes. Nelson Mandela foi preso político, ficando na cadeia por 27 anos. Foi um dos maiores defensores dos direitos humanos na luta contra as diferenças entre brancos e negros e contra o apartheid, ganhando em 1993 o prêmio Nobel da Paz. Esse é o discurso afinado de toda a imprensa brasileira e mundial. Não há uma voz discordante entre especialistas, políticos, colunistas e líderes mundiais. De Bono Vox a Dilma, passando pelo Papa Francisco, todos dizem a mesma coisa. E coitado daquele que falar algo contra a pessoa de Nelson Mandela: será severamente rechaçado. Foi o que aconteceu com o premier da República Checa ao dizer que sente calafrios só de pensar em ir ao funeral do ex-presidente. A declaração foi durante uma sessão do parlamento dele e foi gravada sem que ele tivesse a devida noção. Após o vídeo ganhar as redes sociais e chegar à grande imprensa, teve que pedir desculpas pelas palavras. Divergiu do politicamente correto? Chumbo grosso nele!

Cresci ouvindo falar de Nelson Mandela. Ele estava em meus livros de história, na boca dos professores como um grande homem e a todo instante nos telejornais. Depois de velho fui descobrir um pouco daquilo que a grande mídia não divulga sobre ele. Ouvindo há algum tempo um dos programas do web jornalista Olavo de Carvalho, descobri que Mandela ficou preso porque era militante esquerdista e, como é de costume de muitos deles, estourava bombas em nome da democracia e da liberdade. A exploração das minas de diamantes era de propriedade do governo local e Nelson Rockefeller ajudou na saída de Mandela da prisão em troca recebendo a concessão das explorações no país. No programa, Olavo recomenda a leitura no site New Republic de um artigo que explica melhor a história de Mandela com as companhias de exploração de diamantes. Tomei a iniciativa de traduzi-lo e aqui deixo para quem quiser ler.

O artigo é de 18 de setembro de 2006 (!!!). Segue abaixo.

Após Edward Zwick retornar de Moçambique e Serra Leoa em Junho, ele recebeu uma carta de Nelson Mandela. Zwick, diretor de Tempo de Glória (1989), viajou pela África para filmar Diamantes de Sangue (2006), uma estória sobre a guerra civil que destruiu Serra Leoa durante os anos 1990. O filme, cujo núcleo central gira em torno de um pai e um filho que são escravizados por rebeldes revolucionários, é estrelado por Leonardo DiCaprio que interpreta um cínico mafioso. É verdade que é uma ficção, mas não deixa de ter um contexto historicamente correto.

Entre 1991 e 2002, soldados rebeldes de uma brutal força revolucionária, a Frente Revolucionária Unida, ou RUF em inglês, sequestravam civis e forçavam-nos a trabalhar nas minas de diamantes que são contrabandeados para países vizinhos e desses para a Europa, vendidos por grandes conglomerados da indústria de jóias de alto valor, tais como a De Beers. O dinheiro arrecadado com as vendas volta para Serra Leoa, financiando mais sequestros e violência contra civis.

Diamantes de Sangue é uma dura crítica contra a indústria de diamante em um cenário de guerra absurda e o desprezo dela pelos direitos humanos naquele continente. Zwick tinha todos os motivos para pensar que Mandela, um dos maiores defensores dos direitos humanos, ficaria orgulhoso, coisa que não aconteceu. Na carta endereçada ao diretor, Mandela escreve: “Seria lamentável se o filme inadvertidamente obscurecesse a verdade e, como resultado, mostrasse ao mundo que parar de comprar diamantes de minas africanas é uma atitude apropriada. Esperamos que o desejo de contar uma estória importante tal qual o filme, não afete a produção de diamantes de países da África e, em última análise, os povos dela”. Nenhum desses argumentos fazem sentido, exceto se o leitor não souber de um detalhe que não é conhecido amplamente pelas pessoas: o homem que terminou com o apartheid e se tornou o maior defensor dos direitos humanos neste século, é também um propagandista da indústria de diamantes.

A afinidade de Mandela com a De Beers e com outras companhias de diamantes é resultado tanto da geografia quanto de relacionamentos pessoais. África do Sul produz mais de um bilhão de dólares em diamantes por ano, e, mesmo que o Congresso Africano de Mandela tenha significante influencia comunista e marxista, o partido deu suporte amplo à indústria de diamantes depois de chegar ao poder. Além disso, Mandela tinha amizade com Harry Oppenheimer, o presidente da De Beers, que, como empresário branco da África do Sul, foi relativamente simpático com o movimento anti- apartheid. Oppenheimer encorajou a criação de sindicatos de negros e financiou a política partidária que se opunha especificamente contra as diferenças raciais na África do Sul. Oppenheimer ficou mais próximo de Mandela antes desse se tornar presidente e ficariam mais próximos ainda após Mandela se tornar o líder máximo daquele país. Oppenheimer frequentemente hospedava Mandela na luxuosa mansão dele. Mandela também ficou conhecido por trazer representantes da De Beers para viagens ao exterior.

Nos final dos anos 1990, pressões políticas aumentaram sobre a companhia De Beers, que, à época, controlava 70% do mercado mundial de diamantes. Era preciso parar de fomentar os chamados “conflitos de diamantes” de Serra Leoa. Entenda-se conflitos de diamantes como um eufemismo para o financiamento daquelas guerras sangrentas. Tais conflitos, ajudaram a financiar também a guerra civil de Angola, causando um estrago igual ao de Serra Leoa. Em 2000, Ryan Lizza documentou que a administração do presidente americano Bill Clinton falhou em negociar a paz em Serra Leoa. Organizações de direitos humanos pediram medidas para assegurar que diamantes oriundos de áreas em guerra não chegassem ao mercado consumidor.

Mandela ainda falou pelas indústrias de diamantes: “A indústria de diamantes é vital para a economia da África do Sul e do sul da África”, disse à época, partilhando do discurso da De Beers. “Ficaríamos preocupados com esse tipo de campanha internacional que pode causar prejuízos a esta indústria importante”. Mais ainda, Mandela deixou claro que o posicionamento das indústrias sobre os direitos humanos deveriam ser levado pela “própria iniciativa” delas. Quando, em 2000, o representante americano, Tony Hall, apresentou uma lei que obrigaria todos os diamantes vendidos nos Estados Unidos acima de cem dólares a terem um certificado especificando o país de origem, um executivo das indústrias de diamantes se pronunciou perante o Congresso usando as palavras de Mandela para argumentar que tal medida poderia prejudicar a produção de diamantes em países que exploram a jóia. “O ex-presidente Nelson Mandela se mostrou preocupado com a campanha internacional que pode prejudicar a indústria de diamantes de seu país”. Eli Haas, presidente do Clube de Negociantes de Diamantes, disse isso em um dos subcomitês da Casa Branca.

Eventualmente, em 2002, sob um acordo conhecido como Processo Kimberley, companhias de diamantes concordaram em assegurar que todos os diamantes saíssem de campos de extração legalizados e que o dinheiro arrecadado com as vendas não fomentasse guerras civis. Mas não ficou claro o suficiente o quanto a proposta ficaria eficiente. Um recente relatório das Nações Unidas achou indícios de que dinheiro oriundo de diamantes explorando ilegalmente está ajudando a fomentar conflitos em Gana e Mali. O estudo estima ainda que pelo menos metade dos diamantes explorados em Serra Leoa continua a ser traficada. O problema, conforme especialistas, é que o Processo Kimberley não possui mecanismos eficientes de verificação. “A indústria de diamantes não faz muitas perguntas”, diz Corina Gilfillan da Global Witness, ONG focada na exploração de recursos naturais. Completa ainda: “Ele apenas querem fazer o melhor negócio”.

Mandela continua a dar seu suporte às indústrias de diamantes. Ele recentemente escreveu um bilhete elogiando De Beers pelos serviços prestados à comunidade: “Eu parabenizo a De Beers, líder mundial em diamantes, pelas suas raízes na África do Sul e pelo modo como vem demonstrando suas credenciais como uma corporação cidadã em tantas áreas conflituosas”. A pequena carta, sem surpresas, aparece nos folhetos da De Beers.

A campanha das indústrias de diamantes contra o filme Diamantes de Sangue é apenas a última fase numa continua batalha para afastar más publicidades e permanecer em discrição. Zwick recebeu uma carta mais cedo este ano do presidente do Processo Kimberley e do Conselho Mundial de Diamantes que se mostrava preocupado com o projeto do filme. O Conselho contratou Sitrick e Companhia, uma empresa especializada em gerenciamento de conflitos. Em junho, um blog do portal Los Angeles Times, noticiou que Sitrick listou, sem surpresas, Nelson Mandela para responder às celeumas criadas através do filme. Na ocasião, um dos membros do Conselho, disse que Mandela estava falando por contra própria.

Os discursos de Nelson Mandela em favor da indústria de diamantes são, ao mesmo tempo, plausíveis. Apesar de tudo, ele era o presidente da África do Sul e parte do trabalho de um presidente é cuidar da economia do país. Mas Mandela não é respeitado como um dos heróis do século vinte por causa da busca apurada dos interesses da África do Sul. Mais, ele tem uma moral pela longa campanha contra o apartheid, uma campanha que apelou para valores universais como direitos humanos e liberdade. Acobertado pela indústria de diamantes durante os anos 1990, ao tempo em que a produção de diamantes ajudava a financiar a brutal guerra civil de Serra Leoa, Mandela pôs os interesses nacionais de seu país acima desses valores universais. Hoje ele continua a fazer o mesmo.

Verdade e reconciliação, tudo isso é desperdício”, diz o personagem de Leonardo DiCaprio para uma jornalista idealista no filme. Claro, Nelson Mandela não concordaria. Mas, trabalhando para a indústria de diamantes, ele deixa aptos aqueles que o fazem.

Foto: Nelson Mandela e David Rockfeller se cumprimentam durante uma conferência de negócios no Rockfeller Center em Nova Iorque.

Resenha: Cuba, a tragédia da utopia

c_puginaUma coisa leva a outra. Disso, muita gente sabe. Foi assim que conheci o livro Cuba: A Tragédia da Utopia. Descobri o site de notícias Mídia Sem Máscara e logo após descobri que houve uma série de programas de TV com o mesmo nome do portal. Com apresentação do jornalista Olavo de Carvalho, o xou repetia o objetivo do site: divulgar notícias que não eram selecionadas pela (grande) mídia. Em um dos programas, foi entrevistado Percival Puggina, arquiteto e colunista gaúcho que lá esteve falando sobre o livro citado. Imediatamente saí à procura de um exemplar nas livrarias virtuais, mas nada. Até que encontrei um no site da Estante Virtual, porém o preço estava salgado, o que por si só não justifica a minha aquisição, mas por que na época estava com pouco dinheiro. Entrei em contato com o próprio autor, através do blog dele, perguntando se possuía um livro sobrando, mas depois de alguns dias ele negou e disse que para uma nova tiragem seria preciso uma revisão do livro. Dias depois entrei no site do Livronauta e lá havia um exemplar, com preço bem acessível. Pedi na hora e o li rapidamente.

Cuba é um paraíso. Um particular paraíso totalitário que Fidel Castro e seu irmão, Raul, conseguiram construir. Se existe um lugar na banda ocidental do planeta no qual o comunismo chegou ao ápice e 1984 de George Orwell tem quase uma fiel reprodução, este lugar é Cuba. Na cabeça de qualquer estudante inocente, como eu um dia fora, e nas milhares mentes de pessoas manipuladas pela mídia e por professores, Cuba é um local onde as pessoas não sofrem, todas são iguais, o Estado provê tudo, a medicina e a educação possuem altos índices de qualidade etc. E isso tudo, dependendo do ponto de vista das viúvas do comunismo, é verdade. O povo é igual… na miséria. É nivelado por baixo. A educação é boa, cheia de doutrinação marxista. Alcança quase a integralidade das crianças e jovens, mas isso não quer dizer que a qualidade seja compatível com a quantidade (se é que há uma relação entre as duas medidas). A medicina é excelente, também nos padrões de qualidade cubano-marxistas. Médicos formados em uma ilha isolada, sem contato com o mundo exterior e, portanto, sem intercâmbio com universidades de outros países. Tirem suas conclusões. É de se pensar que na cabeça de quem elaborou esse céu, a ilha seja realmente um paraíso. Mas se ela é tudo isso, por que milhares de cubanos tentam fugir de lá todos os anos? Por que até a própria filha de Fidel fugiu no início dos anos 1990? Vai ver porque o padrão cubano de qualidade não é lá essas coisas. O que é bom para Fidel, não é bom para muitos habitantes de lá, nem para os que conseguem atravessar o bloqueio intelectual que protege o país fora dele.

Toda revolução que se preza há inimigos. Os eternos inimigos a serem (ainda) vencidos (e humilhados) no caso cubano são os porcos imperialistas americanos e a ditadura de Fulgencio Batista. Esses dois inimigos rendem louros à revolução castrista que livrou o povo das garras daqueles opressores. Um grande contorcionismo educacional, midiático e propagandístico se faz para incutir na cabeça de todos os cidadãos cubanos (e dos simpatizantes do regime no exterior) que os americanos são os culpados pela miséria através do bloqueio imposto em 1962. No entanto o que praticamente sustenta a economia da ilha é o dinheiro de cubanos que vivem no exterior. Costuma-se dizer que famílias que comem um pouco melhor possuem “fé”, ou seja, família nos Estados Unidos. Em Cuba pode entrar dinheiro, só não pode sair.

Batista é o ditador que embora fosse de esquerda também, era de uma ala light, o que já era suficiente para os irmãos Castro o considerarem inimigo. Mesmo eternizado como governo tirano antes da revolução libertadora, os índices educacionais na época dele eram melhores do que os de hoje, o numero de leitos hospitalares era maior, o PIB era maior e Cuba exportava cultura. Na época de Fulgencio, Cuba não era um paraíso, mas é no mínimo covardia comparar os abusos dele com os de Castro. Para exemplificar, o numero de mortes devido às perseguições políticas nos tempos de Fulgencio chegam a aproximadamente 500. Esse número é superado por Fidel logo nos dois primeiros dias da revolução. Após a tomada do poder, execuções sumárias foram feitas, algumas até em praça pública. Há de se ressaltar que Fidel contou com ajuda do povo, este já enganado pelos discursos inflamados do comandante hábil que diria que não faria as mães cubanas chorarem. No final, fez e faz muitas delas chorarem até hoje.

Puggina passou por situações que lhe causaram mais do que aflição. Medo até. Ao se encontrar com um informante em um restaurante, foi filmado por uma dupla de funcionários do governo, da polícia política, que usaram uma monstruosa filmadora firmada em um tripé. O big brother cubano é muito arcaico, mas eficiente ao partido. Os escritos preciosos que deram origem ao livro foram guardados dentro do sapato, pois havia o sério risco de o autor e a bagagem dele serem revistados na saída no aeroporto. Conta também que pela primeira vez na vida soube o que é estar ilhado literalmente. Para sair de Cuba somente pelo mar ou pelo ar. Não há estradas. Não há pontes.

Mesmo com tanta tristeza, miséria intelectual e perseguição política, parece que os cubanos ainda mantêm a chama da esperança através do humor sutil que tem. Há um ditado que diz que um homem perdeu o papagaio e em anúncios o procura: “Procura-se um papagaio. Recompensa-se que o achá-lo. Seu dono teme que ele compartilhe de suas opiniões políticas”.

Mensalão: onde estão os Black Blocs e Anonymous mascarados?

Paulo Martins responde.

 

Recomendo o Canal da Direita no Youtube.

E se Celso de Mello votar a favor dos mensaleiros?

E se Celso de Mello votar a favor dos mensaleiros? “O país acabou“, diz o jornalista Paulo Eduardo Martins da TV Massa, afiliada do SBT em Curitiba, Paraná.

 

Vermelho: a cor do cara legal

che-guevara-front-hrAinda tomando o livro Manifesto do Nada na Terra do Nunca de Lobão como ensejo para esse texto, há uma passagem curiosa no capítulo primeiro na qual o autor diz: “Temos um imaginário coletivo sequestrado, hipnotizado e reformulado artificialmente. Qualquer um que estiver lendo este livro irá recordar seu aprendizado escolar e perceberá a presença invariável desse tipo de doutrina (…). Creio, todos vocês passaram por situação semelhante, de uma forma ou de outra”. Que fique a observação novamente: doutrinação é referência ao esquerdismo, socialismo ou comunismo.

Quando li aquelas letras, imediatamente, como um flash de memória mais do que instantâneo, lembrei de uma aula de filosofia no início do segundo grau, ensino médio ou ginásio para os mais experientes. O professor passou um dever de cada no qual deveríamos trazer um personagem do qual éramos fã. Chegado o dia, muitos coleguinhas trouxeram recortes de revistas (naquela época não havia a difusão da internet como hoje) de celebridades, atores e cantores, principalmente. Chegou a minha vez e na ânsia de ser um menino popular e tomado pelo efeito boiada comum entre aqueles que vivem a terça parte última da adolescência, levei uma foto de Che Guevara. Houve um burburinho na sala e alguns deram aquele sorriso de “esse cara é legal”. O mestre pediu para que eu explanasse o porquê de ter escolhido tal personalidade e disse que porque ele era um homem dedicado ao próximo e que sonhava com a união das Américas visando o bem comum das nações e blá blá blá. Tudo empulhação que na época eu tinha como verdade. Mas não aquela verdade na qual acreditamos piamente, mas aquela verdade repetitiva. Era um gravador ambulante com muita testosterona. Nunca havia lido nada mais apurado sobre Che e o que sabia dele era aquilo que a professora de geografia dizia. Não fazia a mínima idéia de quem era mesmo Guevara. No mundo encantado que é o Brasil, assassinos, ladrões, genocidas e psicopatas de toda sorte são dignos de admiração e quem sabe até divinização.

Mas fui superado no quesito admiração juvenil. Um colega foi lá à frente, todo pomposo e mostrou uma gravura de Karl Marx. Nossa! Uau! Foi o que ouvi. E o colega de peito estufado disse que era fã daquele barbudo pelas idéias dele, da filosofia, do sonho de construir um mundo melhor, da luta pelo trabalhador sofrido etc etc etc. Mais e mais empulhação. Mas só que a enrolação intelectual dele foi melhor do que a minha. Droga!

O pior é que a coisa não parou lá no segundo grau. A dita cuja admiração por Che e Marx foi aumentando conforme os semestres iam avançando na faculdade. E aquilo que Lobão afirma no livro, que ser fã do vermelho é ser chique no meio social dos idiotas úteis, vivi plenamente no segundo grau e na faculdade, mesmo sem saber o que de fato aqueles homens eram ou defendiam. Toda essa época fui hipnotizado. Não culpo o sistema no todo por ter feito isso comigo, sei que possuo minha parcela (imensa) de responsabilidade por aquilo que procuro saber, mas fazer isso que se faz com os jovens durante a escola e no início da faculdade, apresentando apenas um lado da moeda, é no mínimo covardia ou safadeza intelectual genuína.

Ainda bem que houve tempo para acordar do pesadelo. Caso contrário ainda estaria engrossando a massa de ignorantes. E dessa vez não seria apenas por querer ser popular ou por efeito boiada, mas sim por convicção própria. Estaria crendo de fato na mentira

Resenha: Manifesto do nada na terra do nunca

livrolobaoLobão já havia lançado um livro, a autobiografia 50 anos a mil, mas nunca tive o desejo de lê-lo. Na verdade nunca fui fã do Lobão nem de nenhum outro artista, salvo curtas épocas em minha adolescência e início da fase adulta. O que sabia dele é que é (ou era) um roqueiro locão que fala o que quer sem medo. Vejam só o tamanho da ignorância que uma pessoa pode ter com base em preconceitos e estereótipos. Julgar esse ou aquele pelo estilo musical ou pelos trejeitos da eloquência televisiva é no mínimo um absurdo. Lobão é sim um loucão, porra-loca, mas é apenas o estilo dele. O fato de ele ser assim não implica que não mereça atenção ou crédito por qualquer coisa que tenha feito. Acima de tudo, ele é um brasileiro feito qualquer um. Faço essas observações antes de entrar propriamente na resenha porque este livro lançado caiu no desgosto da turma do politicamente correto e foi tachado de reacionário.

O ponto chave desse início é que ele acordou. Acordou da ilusão socialista, comunistas, esquerdista, petista ou vermelhista. Deixa isso claro feito água pura nas linhas do livro e diz que há mais expurgo espiritual na autobiografia. Ele acordou porque simplesmente o que aparecia diante dos olhos dele era incompatível com as (falsas) promessas ditas por aquela turma. O que Lobão fez foi simplesmente usar as faculdades mentais e os cinco sentidos, coisa rara nos tempos atuais. Somou dois mais dois e viu que o resultado era quatro. Nada mais. Feito isso passou a procurar respostas tolas, porém importantes, tais como “por que o brasileiro é do jeito que é?” ou “por que somos tão felizes apesar das infelicidades noticiadas todos os dias nos jornais?”. E foi à luta. E por sair da zona de conforto, ou da preguiça, ou da mediocridade, ou da idiotice, foi carimbado com a alcunha de reacionário. E, claro, o passado dele é usado da forma mais vil para descredibilizar a obra. “Quem esse roqueiro pensa que é para falar mal da MPB?” E é nesse mote que se inicia a leitura.

O livro é uma crítica ao atual cenário geral do Brasil, mas com especial atenção à cultura e à música. Aquarela do Brasil 2.0 é o primeiro capítulo e nele Lobão dá as boas vias ao leitor com um humor fino e sutil. Reproduzo abaixo o trecho que me vez gargalhar:

(…) A celebrar em êxtase a vitória dos simplórios,

A vitória da classe média endividada, perambulando feito zumbi no shopping center, noite  e dia.

Perseguindo, no vazio a virgindade existencial, uma diversão que jamais sacia.

Acolhendo, em Seu seio,

Playboys agrobregas a desfilar pelos rodeios, arraiais e micaretas, caçando línguas das periguetes de abadá (…).

O livro não ganhou espaço na mídia porque ele constata a decadência do povo brasileiro. Como o sistema midiático brasileiro está de conluio com o sistema político que faz questão de emburrecer o povo, é claro que não dariam espaço para uma obra desse quilate. Lobão desce a letra no governo cheio de regalias e assistencialismo, nos petralhas quando critica a formação da dita comissão da verdade e no cenário da música brasileira. A MPB, nunca imaginei, é um estilo criado pela esquerda brasileira para abarcar as letras politicamente corretas, engajadas politicamente para servir a um ideal. A MPB, musical popular brasileira, de popular não tinha nada. Popular mesmo, ouvido e admirado pelo povão lá nos idos de 1960/1970 era o que hoje chamamos de brega. A MPB foi criada para conscientizar o povo do que era importante para a esquerda. O povão, pobre coitado, muitas vezes nem sabia o porquê daquela letra. Os festivais de música serviram a esse propósito: tornar a MPB, que não era popular, em popular. E nesse projeto muitos cantores foram cooptados, tais como Roberto Carlos que era roqueiro original antes de se tornar uma múmia da MPB.

E o autor explica minuciosamente porque esse estilo, MPB, foi criado. Partindo como base da Semana de Arte Moderna de 1922, Lobão explica que uma elite de artistas, os modernistas, tentaram (e com sucesso!) dar uma identidade nacionalíssima à arte brasileira, sobretudo usando a música para tal. Mas esse sucesso não é positivo. Foi uma desgraça espalhada, por assim dizer. E o cúmulo dessa manifestação é o Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade que é severamente criticado por Lobão em forma de diálogo com o modernista no último capítulo.

Logo, a MPB é fruto dessa manifestação modernista brasileira de querer se apartar do mundo inteiro, criando uma identidade pura, tão pura que faria Hitler sentir inveja de tamanha originalidade. A cultura indígena é bonita, e com a branca portuguesa e africana o Brasil foi formado, mas não se pode, com base no orgulho e preconceito, criar uma nação separada do mundo, retroagindo a tempos antes da roda simplesmente para se dizer que somos puramente brasileiros originais, sem nenhuma influência europeia, cristã ou romana. O que é bom deve ser copiado, difundido e melhor, deve servir de inspiração para outras coisas boas. Foi assim que grandes nações se tornaram o que são. Ao invés de mergulhamos no orgulho do fracasso, na exaltação da ignorância, deveríamos aprender com os demais povos e não só com o indígena.

Essa antropofagia é palpável no dia-a-dia. Tente conversar algo sério com alguém. Na maioria das vezes, se você apresentar argumentos convincentes, o seu oponente na conversa usará de dos artifícios: ou ele começará a gritar com gestos a fim de suprimir sua voz ou passará a descredibilizá-lo, geralmente com palavrões. Esse orgulho do nada (quem sabe da ignorância) alimenta a ideia de que o ignorante é superior pelo achismo ou pelo coronelismo. Vendo que alguém domina mais sobre determinado tempo, o brasileiro antropófago devora o outro pela humilhação, pela gritaria, pela baixaria, conduzindo a nação a mais um novo degrau de rebaixamento. Dessa maneira nunca seremos um grande país, porque não deixamos que o outro seja melhor, mesmo quando ele fez por onde. Não basta ter inveja da grama do vizinho que é mais verde, tem que jogar sal para nada mais lá nascer.

Outro exemplo toma conta do segundo capítulo. Lobão entra no mundo do sertanejo universitário e se pergunta: se a musica brasileira quer ser original, o que há de tão original nesse hit, sendo que ele é totalmente americano? É uma contradição de saltar os olhos. E dito isso, fica a pergunta: por que o sertanejo universitário bombou? Simples, meu caro Watson, ele recebeu a benção do politicamente correto, podendo ganhar as massas com músicas imbecis. Não são músicas engajadas politicamente, mas são eficientes para deixar as massas débeis e dóceis.

Mas o Brasil tem algo de original no cenário musical? Sim, o funk carioca. O quê?!?!? Não confunda originalidade geográfica com qualidade da letra. São coisas diferentes. E realmente faz sentido. O funk carioca é nosso, apesar das letras de cunho sexual apelativo e de mau gosto. Mas paciência, fazer o quê, se por aqui há muito sol?

O livro é muito bom. Deixem os preconceitos de lado e comprem. Leiam em um tapa. Abram suas mentes no quesito musica brasileira. Deixem a resposta para “por que a música brasileira passa por um momento tão tenebroso” chegar. Lobão tem cacife para isso. É musico profissional e toca bateria desde os seis anos de idade. Não deixem que os críticos de literatura, que sequer leem os livros, pensarem por vocês. Não é um livro de achologia, não é um diário, não é um desabafo, mas sim algo estudado, nota-se isso pela bibliografia extensa e de ótima referência.

Quanto à autobiografia do roqueiro, depois da leitura deste, ela entrou para o rol dos próximos livros a serem comprados.

Obs. 1: No capítulo Viagem ao coração do Brasil, Lobão passa por uma aventura na Amazônica. Faz uma reportagem em forma de reality show e passa por situações insólitas e engraçadas. Antes de embarcar para o Garimpo do Juma, passa por Manaus, conhecendo o Teatro Amazonas e o restaurante e bar Galo Carijó. É um capítulo à parte do manifesto, é mais um relato que deixa o autor extasiado com a imensidão  e as diferenças regionais de nosso país.

Obs. 2: apesar do nome, o livro não foi escrito ou lançado após as manifestações populares de junho. Foi muita coincidência o autor retratar um “manifesto do nada” na “terra do nunca” antes das ditas manifestações nas quais o povo da “terra do nunca” foi às ruas manifestar contra tudo, sem saber de nada. O autor já pensa em fazer um adendo ao livro para futuras edições ou escrever um novo livro sobre tais acontecimentos.